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Gestão de ONGs – Quais cuidados tomar?

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GESTÃO DE ONGS | QUAIS CUIDADOS TOMAR?

1. Atual cenário das ONGs!

Historicamente, as ONGs (Organizações Não Governamentais) vêm atuando na defesa dos direitos humanos, da democracia, da assistência social, da cidadania e da participação social, como respostas às crises vivenciadas no Brasil, relacionadas à pobreza e às desigualdades. Sendo assim, suas atividades visam o bem-estar; o desenvolvimento; a proteção; a defesa; a educação para o desenvolvimento; e a pesquisa, o que nos permite entender que o seu papel social é extremamente importante para a sociedade.
Dessa forma, por se tratar de Organizações privadas e sem fins lucrativos, estas dependem de doações, contribuições e/ou repasses de verbas públicas, para a sua atuação. Contudo, um dos maiores problemas vivenciados pelas ONGs é a falta de recursos financeiros, em que estas organizações reconhecem como desafio a dificuldade de acesso aos mesmos.
No entanto, para além desse desafio, acreditamos que, na verdade, esta falta é reflexo da má gestão, o que pode ser confirmado por estudos que apontam que muitas dessas entidades, por não terem aptidões de gestão, possuem dificuldades em gerenciar recursos. Assim, sem uma gestão qualificada essas organizações tendem a enfrentar problemas relacionados à falta de planejamento e de distribuição de tarefas e recursos, influenciando na captação de recursos da entidade.
Por essa razão, adiante falaremos sobre a gestão de ONGs e alguns cuidados que você deve tomar nesse processo. Vamos conferir!

2. O que é a gestão e qual é a sua importância para as ONGs?

Não é segredo que todas as organizações possuem muitas funções administrativas para serem cumpridas. E isso não é diferente para as organizações do Terceiro setor. Assim como qualquer outra empresa, as ONGs também possuem responsabilidades administrativas que precisam ser cumpridas para se evitar problemas legais e/ou relacionados à imagem da entidade. Dessa forma, é nesse contexto que entra a necessidade de uma gestão eficiente!

Mas afinal, o que é a gestão? Bom! Ainda que esta pareça ser uma pergunta simples, precisamos dizer a você que o conceito da palavra gestão é bem amplo. Nesse contexto, etimologicamente falando, sua origem vem do termo latim gestĭo-ōnis e está relacionado com o ato de administrar, dirigir e gerenciar. Com isso, podemos inferir que a gestão consiste no ato de conduzir e direcionar os recursos de uma entidade, sejam eles financeiros, materiais, humanos, tecnológicos ou administrativos, ao alcance dos objetivos estabelecidos.
Logo, a ausência de uma boa gestão implica em futuros problemas que podem, inclusive, comprometer a atuação da organização, uma vez que sem o correto direcionamento dos recursos à disposição da organização, não é possível o alcance do pleno funcionamento desta mediante as necessidades da sociedade. Contudo, não há nada que não possa ser resolvido caso você adote o quanto antes uma boa política de gestão para a sua organização. Diante disso, apresentaremos alguns cuidados relacionados à gestão de ONGs.

3. Cuidados na gestão legal de ONGs!

De acordo com as exigências legais, para a criação de uma ONG, é importantíssimo que a organização seja composta por três órgãos, sendo eles: a assembleia geral, a diretoria e o conselho fiscal.

• A Assembleia Geral: consiste no órgão responsável pelas principais decisões da organização, sendo o órgão máximo da ONG. Assim, é de sua competência gerenciar a entidade, tendo em vista a eleição dos membros da diretoria e do conselho fiscal, a definição das funções de cada membro, a deliberação e aprovação de orçamentos, a aplicação das penalidades mediante o descumprimento das obrigações das partes, conforme o Estatuto, entre outros;
• A diretoria: consiste no órgão eleito pela assembleia geral que atua abaixo da mesma, sendo responsável pela representação da organização, conforme os limites dos seus papéis. Dessa forma, sua obrigação consiste em administrar a organização, assinando contratos e tomando decisões necessárias para o andamento da atividades, apresentando orçamentos e prestação de contas à assembleia geral, além de propostas para alterações no Estatuto quando necessárias, entre outros; e
• O Conselho Fiscal: diz respeito ao terceiro órgão previsto legalmente, porém, que pode ser facultativo ou optativo conforme o código civil. Nesse aspecto, sua função baseia-se em fiscalizar a gestão econômico-financeira da organização, analisando as contas, balanços e relatórios de demonstrações contábeis, financeiras e operacionais.

Portanto, para que a organização garanta o bom funcionamento de suas atividades, a implantação desses órgãos legais é importante.

4. Cuidados na gestão na gestão de pessoas das ONGs

No contexto dos recursos humanos, podemos dizer que a gestão do voluntariado é fundamental, pois, ainda que seja altruísta, o trabalho voluntário é crucial para o andamento da ONG. Por isso, um dos cuidados a ser tomado diz respeito à seleção dos interessados.
Dessa forma, para que um indivíduo atue como voluntário, este deve ter consciência da missão da organização e preparo psicológico, além de disposição e aptidão para atuar em sua eventual função, o que demanda do gestor saber avaliar esses perfis conforme as áreas potenciais da organização, tendo em vista, ainda, a legislação como, por exemplo, a Lei nº 9.608/98 (Lei do voluntariado), que regulamenta o serviço voluntário no Brasil.
Por outro lado, quanto aos demais mecanismos de contratação de pessoal, como por meio de serviços autônomos ou de pessoa jurídica (empresa), é sabido que esses também devem ser bem avaliados e gerenciados, considerando as necessidades da organização na realização de suas atividades.

5. Cuidados na gestão financeira das ONGs

A área da gestão financeira nas ONGs tem como função o gerenciamento dos recursos financeiros. Assim, como a captação desses recursos não ocorre da mesma forma que as outras organizações de mercado, sua gestão requer maior esforço quanto ao seu planejamento. Portanto, é importante ter o cuidado de se planejar antes de qualquer ação, sempre levando em consideração o ciclo de vida das atividades realizadas pelas ONGs.
Além disso, o cuidado com a transparência nas operações financeiras e contábeis também é crucial para a garantia da captação de recursos, de investimentos sociais, uma vez que muitos investidores tendem a considerar essa credibilidade da entidade como base para as suas contribuições e repasses de verbas.

6. Cuidados na gestão de projetos das ONGs

Por fim, os projetos a serem realizados devem priorizar a transformação e articulação social. Portanto, é importante que o gestor tenha um amplo conhecimento sobre a necessidade da sociedade que será alvo da intervenção para o correto direcionamento dos seus recursos.
Por outro lado, também deve-se ter o cuidado de considerar a capacidade técnica e de gerenciamento da organização na realização de determinados projetos, a fim de que estes possam ser possíveis e concretizáveis. Diante disso, não é recomendado a realização de mais de um projeto ao mesmo tempo se a organização não possui estrutura para tal, pois isso apenas comprometeria a qualidade do projeto e a imagem da organização.

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