tozzi

Captação e rentabilidade: desafios institucionais na gestão de fundos patrimoniais no Brasil

Compartilhe!

Conteúdo

Os fundos patrimoniais, também conhecidos como endowments, vêm ganhando espaço e são, cada vez mais, reconhecidos como uma forma de proporcionar sustentabilidade financeira às instituições públicas e privadas sem fins lucrativos. Nos fundos patrimoniais, os recursos doados são alocados em aplicações financeiras, e apenas os rendimentos podem ser resgatados e utilizados para financiar causas ou parte da operação das organizações.

O debate acerca da aprovação da Lei 13.800/2019, a Lei dos Fundos Patrimoniais, trouxe luz aos aspectos e desafios relativos às questões legais que permeiam a sua criação e gestão. Entretanto, para além dos aspectos legais podemos evidenciar outros desafios institucionais relacionados, principalmente, à gestão desses fundos nos últimos anos.

A publicação lançada pelo IDIS em março de 2022, Panorama dos Fundos Patrimoniais no Brasil, elenca alguns dos desafios identificados pelos próprios gestores dos fundos pesquisados, e queremos chamar a atenção para dois deles: a captação de recursos e a manutenção da sua rentabilidade.

No Brasil, a captação de recursos para os fundos patrimoniais ainda é vista com resistência pelos doadores, que muitas vezes preferem doar e apoiar projetos específicos a fim de visualizar um resultado a curto e médio prazo. Contudo, é necessário que os doadores compreendam a importância do financiamento de causas e organizações a longo prazo, pois parte dos obstáculos são estruturais, demandando tempo e esforço para serem superados, como é o caso do trabalho realizado pelo Fundo Baobá, voltado à promoção da equidade racial para a população negra no Brasil – um desafio estrutural e secular.

Com a principal missão de financiar projetos e o desenvolvimento das organizações no longo prazo, os fundos patrimoniais precisam alcançar seus objetivos de retorno, com o menor risco e garantir o poder de compra ao longo do tempo. Buscar este equilíbrio é uma tarefa constante para as instituições, a qual demanda das equipes conhecimentos específicos ou a busca por apoio técnico. Além disso, outro desafio em relação à rentabilidade, é alinhar os investimentos com os princípios éticos e responsáveis da organização.

Os últimos anos foram marcados por grandes desafios econômicos internos e externos – como o baixo crescimento econômico, a forte pressão inflacionária, a pandemia e, recentemente, as consequências dos conflitos internacionais – e têm sido, especialmente, desafiadores para a gestão financeira de patrimônio. Olhando para frente, entendemos que o cenário eleitoral de 2022 pode trazer mais volatilidade e desafios adicionais para os gestores de fundos patrimoniais atingirem os resultados financeiros esperados.

Para saber mais, acesse as publicações:

Panorama dos Fundos Patrimoniais no Brasil

Fundos patrimoniais e organizações da sociedade civil

 

Fonte:

Rate this post

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Somente hoje! Frete Grátis para todo Brasil!