Quando se discute sobre os desafios com os quais uma empresa de auditoria costuma lidar é comum que se pense que o primeiro é o conhecimento acerca do negócio a ser auditado. Entretanto, dados de uma pesquisa recente do Ibliss apontam para uma outra realidade. Ao consultar-se 832 membros dos comitês de auditoria, constatou-se que 41% dos entrevistados afirmaram que a eficiência dos seus programas de gestão de risco é a maior preocupação. Dentre os consultados, 38% apenas contam com um sistema de gerenciamento de risco robusto, e, ainda, 42% dos entrevistados apontaram que os sistemas por eles utilizados demandam muito esforço.
Cabe registrar, também, que a maior parte dos entrevistados pela pesquisa em questão apontou que, atualmente, estão tentando compreender, de forma mais significativa, o funcionamento de suas empresas e os riscos à elas associados. Assim sendo, 39% afirmou que o conhecimento melhoraria a eficiência de todas as empresas que integram o comitê. 31%, por sua vez, frisou que as tarefas despendidas pela auditoria poderiam ser melhor executadas caso os comitês fizessem um uso mais significativo e, ao mesmo tempo, seguro, em relação às ferramentas cibernéticas e tecnológicas. Contar com a tecnologia para gerenciar os riscos é um dos principais desafios dessas empresas.
O uso de pessoas e recursos corretos
Um desafio que permeia a prática da auditoria diz respeito ao uso das pessoas e recursos mais apropriados a uma determinada empresa. Atualmente, as equipes de gestão de auditorias não contam com uma única pessoa apenas, pois, em uma auditoria, necessita-se de habilidades diversas, sendo elas a capacidade analítica, o conhecimento acerca do negócio a ser auditado, a boa comunicação e a integridade, a coragem, a capacidade de gerenciar conflitos, dentre outras competências. É, então, praticamente impossível encontrar um único auditor que reúna todas essas habilidades e capacidades, e, desse modo, a melhor estratégia é formar uma equipe, pois cada uma dessas pessoas poderá ter uma ou mais habilidades necessárias para a realização dos trabalhos. Pode-se oferecer treinamento à equipe já existente na empresa ou, caso necessário, pode-se recrutar reforços.
A ideia de inovação
A inovação também é um desafio para as empresas de auditoria. Ser inovador não implica, necessariamente, a mudança de todos os aspectos que dão forma à auditoria (planejamento, execução e relatórios). Não se trata, também, da adesão a cada nova tecnologia. Ser inovador, na verdade, implica o entendimento acerca de como uma organização está evoluindo e, também, toma forma a partir da aplicação de novas abordagens e tecnologias necessárias ao atendimento das demandas da organização a ser auditada. O desafio é, portanto, otimizar os resultados desse negócio. A ideia de inovação implica a adesão a algumas posturas essenciais:
- Capacidade para identificar os pequenos passos que podem ser dados para que um negócio possa aperfeiçoar as suas atividades rotineiras;
- O desenvolvimento de projetos-piloto. Eles são cruciais para que métodos mais modernos, atualizados e inovadores possam ser apresentados à empresa auditada;
- Auxiliar as partes interessadas para que essas sejam capazes de identificar os riscos e possíveis problemas associados às suas atividades.
O que impulsiona o negócio auditado a mudar de postura?
Um outro desafio com o qual as empresas de auditoria deparam-se está relacionado com as estratégias capazes de fazer com que a organização auditada mude, de fato, de postura após a prestação do serviço. Atualmente, surgem, a cada dia, novas tendências, incluindo-se, nesse processo, o ritmo das mudanças tecnológicas, os novos modelos de negócio, as alterações nas regulamentações dos mais diversos setores de uma organização e as relações complexas entre as empresas, geradas a partir dos ecossistemas de negócios. São essas tendências que impulsionam as mudanças no âmbito da auditoria. Nesse sentido, a auditoria passa, também, a aconselhar as partes interessadas, visando que estas deixem se ser reativas (apegadas ao tradicional), passando a atuar de forma mais proativa, olhando de modo positivo as novas tendências. Para isso, é preciso que essas empresas deixem de concentrar a sua atenção apenas na proteção de ativos, investindo, então, na criação de valor.
Os riscos cibernéticos na gestão de auditorias
A pesquisa realizada pelo Ibliss detectou que dentre os maiores desafios enfrentados na gestão de auditorias em relação à segurança cibernética, é possível destacar que: a cultura organizacional e a conscientização do usuário somaram 31%; a atualização e manutenção dos sistemas utilizados somaram, também, 31%; a gestão das vulnerabilidades de terceiros e/ou parceiros somou 24%; a expertise 22%; o monitoramento e o reporte de ameaças cibernéticas, conhecido como dashboards, somou 21% das preocupações; os riscos internos totalizaram 2% e a resposta e correção à violações 19%. Tais preocupações, na verdade, são alguns dos desafios relacionados ao mundo tecnológico e cibernético com os quais as empresas de auditoria deparam-se em sua prática. Já que mencionamos a tecnologia como um desafio, o seu uso na gestão de auditorias deve ser igualmente mencionado.
A tecnologia na gestão atual de auditorias
A tecnologia, atualmente, faz com que os comitês direcionem as auditorias internas para que controlem melhor os riscos de um dado negócio, enfatizando a importância da segurança cibernética. Para tanto, não basta, apenas, focar na conformidade e nos riscos financeiros, e, assim, hoje em dia, não é mais possível pensar na gestão de auditorias sem que se mencione as ferramentas voltadas à coleta, integração e análise dos dados. Os relatórios a serem apresentados pelos auditores precisam ser dashboards amigáveis e de fácil compreensão. Contudo, nem sempre é possível encontrar recursos com expertise em segurança cibernética. A melhor estratégia é encontrar parceiros que ofereçam tecnologia e expertise necessárias ao oferecimento de uma visão geral do negócio. Ferramentas que automatizem o fluxo de segurança e que gerem relatórios eficientes, fornecendo estratégias para cada negócio, de modo a fomentar melhores decisões, são as mais adequadas.
